segunda-feira, 18 de abril de 2011

Grupo de Pesquisa em Dramaturgias do Corpo


Este grupo visa a produção criativa e reflexiva de pesquisas teórico-práticas no campo das Artes da Cena com enfoque nas dramaturgias corporais. Com a intuito de cumprir a tríade de atuação acadêmica ensino, pesquisa e extensão, este grupo tem como proposta ações nos campos pedagogico, da prática da encenação e na produção reflexiva e intelectual, visando envolver profissionais que atuem em áreas afins a deste universo temático. O grupo é coordenado pela Profa. Dra. Lígia Tourinho e composto por integrantes do corpo docente e discente da UFRJ, pesquisadores de outras universidades e colaboradores artistas.

Equipe


Coordenação: Profa. Dra. Lígia Tourinho (DAC/ EEFD/ UFRJ).


Colaboradores docentes: Profa. Aline Texeira (DAC/ EEFD/ UFRJ), Profa. Daniele Deo Cardoso (DAC/ EEFD/ UFRJ), Profa. Ms. Katya Gualter (DAC/ EEFD/ UFRJ), Prof. Ms. Lenine Vasconcellos, Profa. Ms. Marina Elias (DAC/ EEFD/ UFRJ), Prof. Dr. Eusébio Lobo (DACO/ IA/ Unicamp), Prof. Dr. Renato Ferracini (Lume/ Unicamp)..

Colaboradores discentes (DAC/ EEFD/ UFRJ): Carolina Boa Nova Flávio.

Grupos Parceiros (UFRJ)PECDAN (Grupo de pesquisa em Cinema e Dança)/ DAC/ EEFD.

Colaboradores artistas: Norberto Presta, Lídia Larangeira, Paula Mori, Cia de Teatro AntroExposto (São Paulo), Cia SeisAcessos (Campinas).

Projeto de Apreciação Cênica e Escrita Crítica em Dança - Ocupação do Teatro Cacilda becker "O Corpo entre a Dança e o Teatro"


O Grupo de Pesquisa em Dramaturgias do Corpo (DAC/ EEFD) em parceria com a ação de ocupação 2010 do Teatro Cacilda Becker, “O Corpo entre a Dança e o Teatro”,realizou um projeto de apreciação coreográfica e escrita crítica sobre os espetáculos apresentados nessa ocupação. O projeto destinou-se aos alunos dos cursos de Bacharelado, Licenciatura e Teoria da Dança da UFRJ. Os alunos selecionados produziram ensaios críticos sobre os espetáculos. Os textos produzidos estão publicados neste blog. Esses alunos tiveram orientação direta de um professor responsável e passaram por um curso (15 horas) de apreciação cênica e elaboração de escrita crítica.

Grade de Aulas Curso de Apreciação Cênica e Escrita Crítica em Dança
Horários
2ª. Feira
20/ 09
3ª. Feira
21/ 09
4ª. Feira
22/ 09
5ª. Feira
23/ 09
6ª. Feira
24/ 09
13h00 às 14h00


Laboratório de apreciação cênica: Dança Contemporânea.
(Profa. Aline Texeira)


14h00 às 15h20

Análise de espetáculos: Teatralogia e Teoria dos Gêneros.
(Profa. Lígia Tourinho)


A música na cena através da presença do músico.
 (Prof. Lenine Vasconcelos)
15h40 às 17h00
Laboratório de apreciação cênica: Cultura popular.
(Profa. Lais Bernard)
Horários
2ª. Feira
27/ 09
3ª. Feira
28/ 09
4ª. Feira
06/ 10

6ª. Feira
01/ 10
14h00 às 15h20
Dança Cênica: Breve panorama histórico.
(Prof. Marcus Vinícius Machado)


Laboratório de apreciação cênica: Teatro Contemporâneo.
(Profa. Marina Elias)
Dramaturgia do espaço: Reflexões sobre os espaços cênicos, cenários e figurinos.
(Profa. Danny Deo Cardoso)

Introdução à Semiótica: Apreciação cênica e análise de espetáculos.
(Profa. Mariana Trotta)
15h40 às 17h00
Poética
(Profa. Inês Calfa)




Espetáculo "Ciranda", por Marcelo Lima


Espetáculo: Ciranda 
Teatro Xirê
por Marcelo Lima*
Orientação: Profª Lais Bernardes


Trajeto: Fundão x Teatro Cacilda Becker. O que? Espetáculo CIRANDA da cia XIRÊ. Tarefa: Avaliar o espetáculo e desenvolver uma escrita crítica. Não nego ter tido um certo desconforto com minha tarefa, mas relaxei e me deixei levar a espera do que viria a acontecer.

Ali sentado, aguardando, já se encontrava o público protagonista, que não mente, que traz no seu olhar a curiosidade de um "mundo novo" a ser decifrado. “Hum”, pensei... “como é bom ser criança”.
“Ih vai começar”! As portas se abrem, e a partir de agora fomos convidados a mergulhar no universo de duas personagens que nos convidam a participar de um mundo de peripécias.
Sentadas em um convidativo tapete colorido, as crianças ficaram mais próximas do que estava por acontecer, elas, inclusive, agora faziam parte daquele sonho. Fazer com que o público fosse parte daquela viagem, foi realmente um belo gol.

O espetáculo traz a bordo personagens que se aproximam das crianças devido ao jogo proposto de contra vontade (o que acontece geralmente quando duas crianças brincam) fazendo com que elas recordem e/ou se imaginem naquelas situações. Conseguindo assim se aproximar ou até mesmo entrar no universo infantil através de uma grande aventura brincante.
A não utilização de texto, o que poderia ser um problema, já que estamos acostumados a irmos ao teatro para entendermos a fábula que será contada, ao contrário, acho que esta iniciativa é de suma importância podendo despertar o subjetivo e o imaginário das crianças, aproveitando que essas ainda não estão presas a certos códigos e convenções já esperados e tão familiares a nós. O grammelot, que não deixa de ser um texto, mas com suas peculiaridades, não impõem significados fixos, deixa livre a compreensão, além de funcionar muito bem, pois é leve e divertido, como na cena inicial em que a atriz está dormindo e sonhando.
O corpo aqui se torna objeto de pesquisa, ele é o foco. As crianças não riem por uma piada falada, o corpo por si só vira o protagonista dessa divertida ciranda, ele ganha formas, seus gestos e suas ações estão pesquisados e treinados para o jogo proposto. O espetáculo, assim, ganha na riqueza, já que tem disponíveis elementos de dança, teatro, circo e música, cada linguagem doando cores ao espetáculo.

Ele, o corpo, já não é mais só do ator ou só do bailarino. Ele pulsa e ganha vida, sem precisar se enquadrar em definições, como diria Eugênio Barba “A tendência de fazer uma distinção entre dança e teatro revela uma ferida profunda, um vazio sem tradição que continuamente expõe o ator rumo a uma negação do corpo e o bailarino para a virtuosidade.”

A sonoplastia é alegre, contagia e ganha força com toda a movimentação das personagens.  Um cenário colorido e atraente conversando com objetos que possibilitam resignificações e que mexe com o imaginário do jovem público, não são só usados de maneira convencional, exemplo disso se dá com a utilização de um guarda chuva que pode virar a roda de um carro e também com o báu onde as personagens surgem propondo ações criativas, interessantes e curiosas.

 Um Baú, pés, mãos, corpo, sono, música, silêncio, colorido, risos, ação, reação, brincadeira, almofadas, sonho... Ufa! Tudo isso é e/ou resulta no espetáculo Ciranda. Agora me dêem licença, porque eu vou “lavar uma mão, lavar outra...” 

* Aluno do curso de Bacharelado em Dança da UFRJ.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Espetáculo "Quando crescer... Eu quero ser...", por Alcione de Souza e Rosana Oliveira da Silva

Espetáculo: Quando Crescer... Eu Quero Ser...
Teatro Xirê
Por Alcione de Souza*
Orientação: Profa. Aline Teixeira

O espetáculo infantil Quando Crescer eu Quero Ser... do teatro Xirê, é uma proposta cênica que utiliza elementos de dança e de teatro com a duração de 60 minutos imperceptíveis. O bom humor é um dos recursos que a companhia utiliza para expor sua pesquisa que discute futuro, erros e acertos; com clareza e objetividade, intriga o pensar na trajetória dos sonhos infantis.

A História está gira em torno de uma personagem infantil chamada Jujuba de Morango que deseja ser uma bailarina e se esforça para alcançar seu obejetivo, e descobre pelo caminho os impedimentos reais da materialização dos sonhos. Boa personificação do personagem realizada pela atriz que nos remete ao mundo de criança em todo o decorrer da peça.

Jujuba de Morango, acompanhada por uma mala de onde tudo se tira, inicia sua tragetória de prepação para ser uma futura bailarina, mas para isto necessita de todo uma estrutura física, de um figurino adequado e de um treinamento disciplinador.

Mas durante toda esta preparação, Jujuba de Morango encontra vários obstáculos que são contornados com bom humor, a princípio, mas durante o processo ela descobre a inviabilidade de seu projeto e continua a procura do que quer ser quando crescer.

O figurino obteve papel importante no espetáculo para auxiliar a construção do personagem por suas cores e detalhes reais de uma preparação para uma aula de balé, a iluminação bem diversificada colaborou em muito em manter o ambiente cenográfico com uma continuidade de pensamento, assim como a sonoplastia pois ambos foram perfeitamente sincronizados com a história cênica, o que causou um efeito de continuidade de tempo.

Boa exploração do espaço cênico e do público que participa através de um diálogo passivo o que permite prender a atenção sem monotonia, pois em cada dificuldade ou conquistas que Jujuba de Morango realiza ela compartilha com o público que se sente convidado a associar-se as suas situações embaraçosas, como a cena em que esta presa a cadeira.

Um grupo de crianças com idade média de 10 anos que assistiram a peça, enfatizaram a forma inteligente de como foi abordado um assunto tão presente neste momento da vida deles, e observaram como a personogem enfrentou as dificuldades impostas pela situação da escolha pelo futuro com vontade. Espetáculo com humor bem elaborado e de bom gosto onde o àpice está na reação do público, infantil e adulto, que se diverte e pesnsa sobre o tema proposto pelo idealizador.

* Alcione de Souza é aluna do curso de Bacharelado em Dança da UFRJ. 



Espetáculo: Quando Crescer... Eu Quero Ser...
Teatro Xirê
Por Rosana Oliveira da Silva*
Orientação: Profa. Dra. Lígia Tourinho



O espetáculo apreciado é “Quando Crescer, Eu Quero Ser...” interpretado pela atriz Andrea Elias, cujo enunciado já provoca uma interrogação e mistério do que venha a ser essa expressão. Apesar de ser um espetáculo de dança-teatro voltado para crianças, o que  foi visto durante o evento é que os adultos voltaram a ser crianças também, se divertindo bastante. O Teatro Xirê também significa festa e brincadeira, o que tem tudo a ver com que as crianças mais gostam de fazer. O nome do grupo sugere um mergulho através da brincadeira, no mundo infantil.

É um trabalho feito para o público infantil onde mostra a realidade dos seus pensamentos, trazendo a atenção para os percursos em busca da sua idealização, através da Companhia, é possível, de um jeito crítico distraído, refletir essas conseqüências adquiridas com o tempo.

Assim que se chega ao espaço cênico observa-se um lindo tapete colorido colocado em frente onde à cena é realizada, despertando a curiosidade de algumas crianças que automaticamente sentam e experimenta o local. Elas se sentem tão bem no espaço que em certos momentos entram em cena sem perceber que estão fazendo parte dela. A atriz, durante todo o espetáculo, soube conduzir muito bem esses momentos, proporcionando uma interação constante com o público através de sons e ruídos. Esses momentos eram tão envolventes que o público acabava respondendo da mesma forma a esses sentidos como, por exemplo: os gemidos transmitidos pela a boca, expressões faciais e ruídos de objetos usados em cena guardados numa mala.

A personagem manipula objetos guardados em sua mala durante as cenas e cria vários brinquedos construídos da sua imaginação e desperta através dos seus movimentos, a atenção do público para si e na maioria das vezes provocando risadas, o que leva o espectador a viajar nesse universo infantil que é repleto de dúvidas e pensamentos incríveis. A indumentária transmite alegria para as crianças por ser bem colorida, trazendo a atenção das crianças para o espetáculo. O que mais impressiona é que qualquer objeto é transformado em brinquedo, o que instiga ainda mais a fantasia representando o dia a dia das crianças como, por exemplo, em um momento da cena em que a personagem brinca que está nadando numa piscina embora esteja em cima de um plástico no chão.

Em certos momentos a personagem transmite formas e movimentos de uma bailarina e como é a dificuldade de fazer aulas de balé e ir  em busca de algo que tanto  deseja.  É possível ver durante a cena, a figura de uma bailarina idolatrada por ela, que lhe servia de inspiração e depois de várias tentativas sem sucesso, ela resolveu seguir outro rumo.

No final do espetáculo, na última cena, aparece a figura de uma astronauta, deixando novamente a incerteza sobre o caminho seguir. O espetáculo termina com a despedida da personagem carregando a mala.



* Aluna do 3o. período do curso de Bacharelado em Dança da UFRJ. Especialista em a Dança e Consciência Corporal. Graduada em Educação Física.